quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Fazendo tudo como que para o Senhor

O crescente discurso de que temos que glorificar a Deus através de toda a nossa vida, tem ganhado força. Apesar de ser algo muito bem explícito nas Escrituras, por séculos por algum motivo isso não foi realidade para os cristãos em sua maioria. Digo em sua maioria porque, de forma não concentrada, homens e mulheres tomaram essa consciência e fizeram a diferença, pois a sua vida plenamente transbordava a transformação profunda que só Jesus Cristo pode fazer. Atualmente, chamamos isso de Missão integral, mas isso nada mais é que vida cristã plena ao meu ver.

Desde criança, e creio que devido aos exemplos que pude observar ao meu redor, fui comovida a apreciar o ir, o levar a mensagem de Deus. Mesmo antes de tomar uma decisão por Cristo, eu já sabia e sentia o quão bom era falar do seu amor e poder de transformação. Mas como a maioria dos cristãos, aprendi que missões não era para todos, apenas para os escolhidos e vocacionados, servos especiais do Senhor. Com uma compreensão melhor das Escrituras isso foi mudando em mim, e apesar de ter tido uma experiência missionária, percebi que não era só isso. Coincidentemente, o que me ajudou a perceber minha profissão como um meio de glorificar a Deus foi quando assistir o filme “Uma jornada pela liberdade”. De certa forma isso já estava em minha mente desde que entrei para universidade, mas se tornou muito mais clara depois de assisti-lo.

E como sendo bióloga e professora posso glorificá-lo com aquilo que Ele me permitiu fazer? Creio que compartilharei um sonho. Eu tenho um sonho (me dando a permissão de usar as palavras de Martin Luther King) de ver as pessoas não fazendo divisão entre ciência e religião; de ver jovens aprendendo de fato valores na escola e não apenas matérias; de ver jovens percebendo a grandeza de tudo que foi criado, e que tudo isso não foi um acidente e sim um ato de amor.

Na academia existem poucos cristãos conceituados diante de tantos que tentam usar a ciência para mostrar que Deus não existe. Diante disso, posso fazer diferença. Como bióloga posso me tornar um referencial, contribuindo para a humanidade plenamente. Como professora eu posso fazer o meu melhor como profissional, sendo exemplo para os meus colegas de trabalho e dando o meu melhor para meus alunos, não apenas comprometida com o conteúdo programático, mas ajudando naquilo que infelizmente tem sido ausente para as crianças atualmente, como amor, carinho, respeito, e limites. Posso me unir a muitos que querem usar aquilo que Deus deu a eles e fazer a diferença, como o A Rocha, que trabalha com algo que amo, a natureza e as comunidades.

Como temos percebido a integridade, responsabilidade, amor pelo que se faz etc, são qualidades raras em nossa sociedade. Como cristãos não precisamos esquematizar grandes coisas para chamar atenção para mensagem de Cristo, pois se estivermos cultivando essas qualidades, com certeza perceberão a diferença e verão porque somos assim. Esse tem sido meu maior desafio, ser integra com tudo aquilo que Jesus nos ensinou, fazendo tudo como que para Ele. Se todos nós fossemos assim, nosso testemunho permitiria o quebrantamento de vidas e o Espírito Santo faria sua obra. Mas infelizmente muitos cristãos têm feito o contrário e corações tem se endurecido.

Meu desafio vocacional e profissional não é promover um grande projeto, mesmo que eu queira fazer algo assim um dia, mas fazer tudo como que para o Senhor, respeitando sua criação, cultivando relacionamentos saudáveis, que meu relacionamento com Ele seja inspirativo, cuidando de mim e daqueles que estão ao meu redor e sendo referencial de sabedoria naquilo que faço e na vida.

Meu desejo é fazer missões assim, inserida no dia a dia, com as pessoas ao meu redor. Creio que Deus quer me usar dessa forma, no meu trabalho, na minha profissão. Todos que estiverem em alguma sala de aula comigo, que sejam impactados por minha vida e atitudes, não sei que serão o futuro, quem sabe um grande juiz, um presidente da república quem sabe, mas com certeza alguém que pode fazer diferença onde estiver. Hoje minha sala de aula, amanhã o mundo. Hoje um animal salvo, amanhã o mundo.

Simples assim...

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